29.4.09

Pior!

Ter razão é ótimo.
Não ter é melhor ainda.

25.4.09

Carpe diem quam minimum credula postero

O passado conspira pro meu futuro afundar
Mas, até lá, o barco é presente.

21.4.09

Mesa de bar

E quem, hoje, saberia falar de amor?
Os poetas, se o amor não tem rima, nem verso, nem métrica?
Os músicos, se o amor não se ensaia, nem se repete nas mesmas platéias?
Os astros, se o amor é mapeamento imprevisível?
Os santos, se o amor é o pecado divino?
Os loucos, se o amor não é razão sem coração?
Os bêbados, se o amor no copo é esquecimento em vão?

Me diga... quem, hoje, saberia falar de amor?

19.4.09

Balanço

Foi um fim de semana de repouso.
Para pensar na vida, diria.
Pensar na pessoa que eu procuro, mas não posso me apaixonar
Na pessoa que eu sou apaixonada, mas não posso procurar
Naquelas que eu não pude ver
Naqueles que eu nem quis
No quarto que eu, com preguiça, arrumei
Nos sentimentos que, animada, eu desarrumei
Nos projetos que eu fiz
Nas metas que eu refiz
Na data que eu esqueci
Nos dias que eu planejei
Na televisão que eu tive como companhia
Na música que eu descobri
Nos laços que eu ainda tenho
Em tudo que eu perdi.

É foi um fim de semana de repouso
Para saber melhor como pousar da próxima vez.

14.4.09

No meio da pedra
Tinha um caminho

Tinha
Tinha sim um caminho
No meio daquela pedra

Mas eu preferi não mexer em coisa tão dura.

13.4.09

Contramão

E se aquela menina de ontem
Trombasse com a de hoje
Quem teria a preferência no caminho?

10.4.09

Dedicatória

Àquela amiga A, que mesmo distante é a mais presente ad infinitum.
Àquela amiga B, que é a menina do bloco que eu sigo.
Àquela amiga C, que mesmo doida eu sei que está bem.
Àquela amiga D, que dividiu apartamento e histórias comigo.
Àquela amiga E, que deve estar encantando os jornais de Curitiba.

Àquele amigo F, que se tudo der errado vai ser minha melhor última opção.
Àquele amigo G, que não tem como dar errado nem aqui, nem no Chile.
Àquele amigo H, que por sorte nasceu meu irmão.
Àquele amigo I, que diz aham por preguiça de conversar.
Àquele amigo J, que eu não sei onde foi parar.

Àquela amiga L, que eu amo e, um dia, ainda vou entender.
Àquela amiga M, que só por conveniência eu passei a chamar de mãe.
Àquela amiga N, que só por conveniência eu passei a chamar de tia.
Àquela amiga O, que benzadeus tem o coração melhor que o nome.
Àquela amiga P, que é sucesso garantido.

Àquele amigo Q, que eu preferia que fosse K.
Àquele amigo R, que é 28 dias mais velho.
Àquela amiga S, que é a melhor das melhores.
Àquela amiga T, que é tia, mãe, madrinha.

Àquele amigo U, que eu tive que conformar em ser só meu amigo.
Àquele amigo V, que é a promessa na literatura.
Àquela amiga X, que eu não vou, claro, mencionar aqui.
Àquela amiga Z, que essa... essa eu nunca vou saber.

9.4.09

Sei ou não sei?
Eis a questão.

.

Ela só quer
Só pensa em não morar

.

Coração hoje
Só na base do pedra, papel e tesoura

6.4.09

Arre!

Meu cérebro às vezes é tão burro
Que xingo ele de coração!

1.4.09

Travessia

De onde será aquela moça de preto?
O que deve estar pensando aquele homem de óculos?
Parece tão séria ali, na calçada oposta.
Parece que está tão longe, perdido em divagações.
Quantas decisões tomará depois que o sinal abrir?
Será que está pensando na vida que tem e nas viagens que não fez?
Um corte de cabelo, um cinema com a amiga, o fim de um amor. O que será?
Talvez esteja só cantarolando uma música. Sertanejo, provavelmente.
Ela está ali, do outro lado da rua, e eu não sei nada sobre ela.
Será que ele imagina que estou pensando no que ele estará pensando?
E se ela for o amor da minha vida?
Não... por que ele estaria pensando nisso se já deve pensar em tanta coisa?
Mas não vai dar tempo de falar com ela.
Mas seria interessante conversar com ele.

O sinal abriu.
Duas vidas se fecharam.