16.12.06

ATENÇÃO: TEXTO CHATO!

Hoje eu passei o dia inteiro querendo escrever alguma coisa que não sei ao certo. Inúmeras vezes encarei o quadrado branco do Word. Começava, não prosseguia. Mas toda aquela insistência, em diferentes partes do dia, me alertou que eu devia estar angustiada. Porque, quando eu escrevo, pode ser por acaso, por não ter nada melhor (ou pior) pra fazer, mas na maioria dos casos, se realmente me conheço como imagino, é que algo me afeta.

Não precisa ser algo necessariamente preocupante, triste, assustador. Escrevo de repente porque sinto falta de conversar, talvez. Falta de amigos, da intimidade natural que conquistamos com as pessoas que convivemos há tempos. Não que eu escreva por esses motivos, já disse que não sei. E eu também falo muito, não deve ser por isso. O que vale é que me prometi escrever compulsivamente, sem parar pra ler a frase anterior. Vou publicar sem editar, sem cortar palavras, sem achar que falei coisas que não devia ou pensar em sinônimos para palavras repetidas.

Nessa pressa de quem não sabe o que escreve, meus dedos digitam rápido, tagarelando. Estranho. Até então, não sei o que me atormenta mas são tantas coisas... e ao mesmo tempo nada. Que vazio mais maluco! Todo mundo passa por isso? Todas as pessoas, na tarde de sábado do mês de dezembro sentem essa falta de sabe-se lá o quê? Todo ser humano escreve para exteriorizar as aflições? Quem tem a resposta? Dou-lhe uma, dou-lhe duas... dai-me três?

Aprendi que quando a gente está mal, deve conversar, refletir, pagar um psicólogo. No momento, não há ouvinte, não há inspiração e muito menos profissionais disponíveis a compreender os problemas desconhecidos (e, quem sabe, irreais) da mente. Mas há um blog. Acho muito sem graça falar de você mesmo num blog. Sempre preferi os textos mais subjetivos, ficção e realidade, cada um entenda como quiser. Mas hoje meus dedos me ultrapassam, não vou limitá-los, não vou censurá-los, não vou proibir o que eu nem sei se está certo. Vou mais é chutar o balde e proclamar o sei lá o quê que me incomoda!

Que texto grande, que texto chato. Sorte que o blog é meu. Aposto que apago este post em menos de 24 horas. Quantos devaneios numa cabeça só! O.K. Vamos dar uma chance ao inconsciente. Mas por tempo limitado.

12.12.06

Linhas de um minuto

Escrevendo Escrevendo Escrevendo à toa
Pra passar o tempo
Pra desabafar
Pra matar saudade
Pra exteriorizar a raiva
Pra digitar depois
Pra ninguém mais ler
Pra chutar o balde
Pra rir de coisa alguma
Pra disputar o nada

Filosofando Filosofando Filosofando à toa
Pra nada.

1.12.06

Estátuas de grão de areia
Tubulações de caminhos moluscais
A solidão deste lugar me fascina, solidão de quem já não vive mais

Vou com o embalo das ondas e volto com sua embriaguez
Vagueio pelo horizonte incompleto, pensando no que a gente não fez
Não quero morrer assim pra nunca mais
Não quero sair daqui pra voltar atrás

Escuto vozes, escuto promessas
São vagas lamentações, sussurros doentis
Não quero mais ser quem eu sempre quis

Horizonte abstrato, cigarro barato
Nada mais me encanta
Já não tenho mais corpo, já me dei como morto
Só o mar me balança