31.10.06

O marido gosta de arroz com feijão, feijão com arroz
E come tudo vendo o filme em branco em preto, em preto e branco
A esposa reclama do pratão REcorde, pratão reCORde
O marido se irrita e resmunga qualquer coisa, coisa qualquer.

A criança brinca lá fora de gato mia e o gato mia
Mia ao som de atirei o pau no gato tô, tô, não tô
Não há pessoa ali e pessoa ali não há
E a criança, coitada, não sabe se vai ou fica, se fica ou vai.

Faz sol e chuva, faz chuva e sol
A criança na janela olha as gotas, gota-a-gota
Ela queria estar lá fora, brincando de samba lê lê
Ela não lê, ela não lê, que há uma guerra mundial.
Mi-au.

27.10.06

Uma pauta livre pra mim
Com entrevista feita por mim
Texto todo meu
Pesquisa toda minha
Idéias minhas
Tudo meu
E que na edição, que não foi minha, nada foi cortado?

Não tem jeito... hoje tenho que ficar metida!

A primeira matéria de Marcela Heitor de Andrade, integralmente minha minha minha, publicada no portal do jornal Correio Braziliense.
Chique demais.
http://concursos.correioweb.com.br/noticias/noticias.htm?codigo=16455

18.10.06

Gosto de pensar que sou sua pra sempre, mas nunca penso.
Gosto de dizer sempre a mesma coisa, mas nunca coisas iguais.
Gosto de fingir que fico brava e de ficar brava sem fingir.
Gosto do que todo mundo odeia e odeio o que todos gostam.
Na verdade, nem sempre.
Gosto de parecer diferente dos outros sem ser.
Gosto dos outros.
E de você.
Gosto de adorar depois amar depois morrer.
Gosto de tudo e assumo, escondendo o que gosto mais.
Gosto de escrever assim, direto, sem direito à revisão, editores, cortes e diagramação.
Gosto de tudo de uma vez só e bem aos pouquinhos.
Gosto de repetir a mesma palavra no começo de cada linha
E de repente quebrar a seqüência.
Gosto mais ou menos de seqüências
Gosto da rotina até querer férias e das férias até querer voltar a rotina.
Gosto de não lembrar direito quando foi que vomitei pela última vez, faz tempo.
Gosto de falar essas coisas pouco poéticas assim do nada.
Gosto do nada.
Que nada!
Gosto de curtíssimos textos longos e de cabelos compridos.
Gosto de comprimento e cumprimento.
Gosto de falar serelepe e epiléptico sem gostar de falar fronha
Gosto de edredom de casal.
Gosto de falar sempre nunca mais e nunca mais falar sempre.
Gosto de escrever que gosto quando, na verdade, eu adoro.

11.10.06

Garatujas de Otto Lara Resende que eu tomo como minhas.

"Escrever é um ato solitário e besta, que não satisfaz nem o narcisismo do pobre-diabo que escreve, nem a expectativa do infeliz que lê."

1.10.06

Qualquer coisa

Minha vontade é de escrever qualquer coisa agora. Mas tem que ser um qualquer coisa que te faça sorrir, que melhore seu dia, que te ilumine. Não pode ser um qualquer coisa qualquer, tem que provocar qualquer coisa. Precisa ser uma coisa mágica ou algo qualquer assim. Tem que ter um quê qualquer de coisa boa, de coisa linda, de coisa esperançosa que reanima os desanimados. Tem que ser coisa pra cima, coisa bonita, de acalentar o coração. Quero agora escrever qualquer coisa que te amenize a dor, que te livre de um problema qualquer, que te ajude a esquecer aquelas coisas.
Qualquer coisa.
E se eu não conseguir escrever nada agora, que eu escreva alguma coisa pra te despertar qualquer sinal de luz. Qualquer coisa que te faça pensar que, qualquer coisa, você terá sempre a mim. E você tem. Estou aqui pra fazer por você todas as coisas em qualquer momento.