31.5.06

Ir e não ir.

IR E NÃO IR

Ler um afegão depois da garota de programa
Dizer que está triste só pra ser alegrada
Não comer nada no almoço pra atacar doces a noite
Escrever pra não precisar falar nada.
Digitar correndo aquilo com calma
Achar ele lindo odiando gatos
Pensar no passado sem ficar triste
Comprar chocolate precisando de sapatos.
Subir de escadas devorando um chocolate
Malhar pensando na sobremesa
Juntar dinheiro e emprestar tudo
Morrer de rir a cada tristeza.
Dizer tanta coisa estando calada
Ser tão correta de se confundir
Ser tão errada de acertar sempre
Ser tão aberta pra ninguém descobrir.

27.5.06


Pés descalços
Mãos trêmulas
A vista daqui é tão bela...
Quando criança, pedia ao anjo pra voar!
Vamos voar?
Visitar o sol a leste
E mais tarde cochichar com as estrelas
Que é pra não acordar a cidade.
Vem, vem comigo!
A gente descobre junto o mundo além.
E eu te prometo nenhum sofrimento mais!
Se você vier, a partida será menos triste
Por que não vem?
Aproxime-se, venha aqui... ou não me ama o bastante?
Não, não me ama...
Então eu terei que voar sozinha!
Diga aos outros que fui com os pássaros
E adeus.

23.5.06

Ando com o tempo tão corrido que demora a passar.
Ando querendo que ele passe tão depressa, que ele insiste em me contrariar.
Mas dá um tempo, tempo.
Se não não dá tempo!
E pensar que tempo é uma coisa tão longa de 5letras.
5 letras e 4fonemas.
Meu Deus, que tempo é esse?
A propósito, que horas são?

22.5.06

PEQUENO POEMA AMOROSO

Eu e meu amor nascemos um para o outro.
Só falta quem nos apresente.

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POEMA MINÚSCULO.
Fim.

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POEMA DE FADAS
Era
uma
vez.

....................................

16.5.06

Verde... e amarelo!

O verde. Ah, o verde! Lá vem ele de novo tremular sobre nossas cabeças. Lá vem ele nos angustiar nos próximos dias. O sofrimento de cada disputa, de cada jogada, de cada chute do adversário. Sofrer. Sofrer para vibrar de emoção depois. A alegria de cada partida, de cada drible, de cada gol verde-amarelo. Ah, o amarelo!
Que bom torcer pelas duas cores. Que bom vestir as duas cores. Poucos resistem à tentação. E as ruas perdem o cinza, o triste, o caótico... para viver apenas o verde-amarelo. Para sonhar o verde-amarelo. Para mostrar pra você, pra mim, pro mundo aqueles vinte e três jogadores na Alemanha que, na verdade, são todo o Brasil. Verde e amarelo.
E se me perguntassem o porquê das cores na nossa bandeira, eu não responderia como no Ensino Fundamental. O nosso verde não é das matas, nem nosso amarelo é do ouro. Somos o verde dos campos de futebol e o amarelo das taças de Campeões.

11.5.06

Bilhete suicida

Bilhete suicida

Não dava mais. Essa é a explicação. Por isso parem de se perguntar porque pulei do 7º andar. Se tudo der certo, não conseguirão mais falar comigo e por isso quero esclarecer tudo nesse bilhete.
1. Julieta, eu te amei. Mas dizer que aquele mulatinho era filho meu foi demais. Pode voltar pro infeliz, eu já morri mesmo. Mas volte logo, não te coloquei no meu testamento.
2. Mãe querida, eu morri. Mas olha, levei o casaco que a senhora sempre recomendou, pro caso de fazer frio no outro lado. Cuide bem da Mariinha e pare de fingir que está ficando caduca. As pessoas acreditam mesmo, sabia?
3. Seu Clóvis, obrigado por tudo. Principalmente pelo aumento do último mês. Aproveitei bem melhor meus últimos dias de vida.
4. Carlão, eu morri. E fui antes de te pagar, seu besta!
5. Resto de pessoas interessadas nesse bilhete... Queiram, por obséquio, cuidar da vida de vocês que da minha morte cuido eu. Obrigado.

3.5.06

Gaveta

O que tem nessa gaveta?
Por que não posso abrir?
Sim, são chaves.
E eu prometo não comentar.
O que esconde assim tão bem?
Que segredos?
Mas por quê?
E você nunca disse nada a ela?
Assim vai sofrer mais.
Eu sei, mas é melhor.
Tudo de uma vez.
Por que não tenta?
E se ela soubesse?
E se ela também quiser?
Acho que você deve abrir...
Afinal... o que tem nessa gaveta?