21.6.07

Eu sou uma pessoa parcialmente decidida, sabe. Tenho objetivos de vida bem traçados e costumo conseguir tudo que quero, mas não tenho cor predileta, nem música preferida, nem selecionei nomes pros meus futuros filhos. Seria mais trágico se fosse o contrário: ter muitas coisinhas definidas e não saber o que fazer da vida. A situação, de fato, não é das piores, mas me incomoda.

Sou uma menina feliz que se adapta a tudo, se contenta com tudo e tenta ver sempre o lado bom das coisas. “Quase uma Poliana”, minha amiga diria. Tenho preguiça de brigar, de bater boca, de fazer barraco, mas não quero morrer sem dar vexame. Subir na mesa de um bar e aprontar um escarcéu é uma das coisas que quero fazer antes de morrer. A possibilidade é mínima, mas não custa anotar no caderninho. Um dia, quem sabe, eu liberto a irmã má da Poliana que existe em mim. Ruth e Raquel.

Quer me fazer uma pergunta difícil é perguntar meu prato favorito. É me fazer pensar se tenho manias, rituais, crenças. Sei lá. Eu sei dos meus gostos em geral: livros, música, boa conversa, chocolate. Mas não queira restringir o melhor dos escolhidos. Diga não à segregação. Credo. Eu sou uma pessoa parcialmente decidida, sabe. Por isso ainda não me decidi se continuo nessa ou mudo de vez.

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