10.7.06

A VERDADE É QUE É MENTIRA

E se alguém pedisse pra eu me descrever, eu começaria mentindo.
Diria que as vezes sou legal, as vezes nem tanto.
Que as vezes penso mais nos outros, outras vezes nem tanto.
Que amo muito, mas não tanto.
Que sou simples e complexa, cada um de um tanto.
E no meio da conversa falaria de peculiaridades:
De não gostar de feijão e, na proporção inversa,amar chocolate.
De recusar refrigerante pra engordar com outras besteiras
De querer ser isso e aquilo querendo nunca mudar o que sou.
Eu falaria de quando era pequena e que falava "ingar nenhum" pra filmadora.
E que uma vez inventei uma história de mundo das fadas tão convincente para uma amiguinha que nunca mais pude desmentir.
Acho que é por isso que sou mentirosa nata.
E é por isso que eu escrevo.
Escrever é para os que fingem, os pseudo-verdadeiros.
Nunca garantir a verdade, nunca dizer que é mentira.
E nessa mania de ocultar os fatos, de me entregar ao fingir, eu não consigo enganar ninguém.
Se eu mentir, você percebe. Se eu contar, você confia.
A minha mentira só vale para os meus poemas
E nem eles acreditam mais!

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